Apesar da falta de fôlego, Meu Malvado Favorito 4 ainda encanta seu público

Written by on 8 de julho de 2024

Quarto filme mostra que Gru e família ainda se seguram bem, mesmo que a fonte esteja se esgotando

Se manter como uma das maiores franquias da animação é uma tarefa complicada, principalmente pela constante mudança na indústria cinematográfica quando se trata de filmes infantis. Em 2010, quando Meu Malvado Favorito estreou nos cinemas, o filme foi um dos responsáveis pela ascensão de uma linguagem mais despretensiosa nas produções voltadas para crianças, mas ninguém iria imaginar que esse lado positivo fosse se voltar contra ele mesmo.

Agora, com a estreia de Meu Malvado Favorito 4, o mundo se encontra em um outro momento e as animações avançaram em sua forma de conexão com o público – como é o caso de filmes como Através do Aranhaverso e Divertida Mente, por exemplo –, deixando o clássico da Illumination em um local complicado: estagnado dentro de seu próprio universo.

Assim como seus antecessores, a história do novo filme gira em torno de Gru (Steve Carell no original e Leandro Hassum no Brasil) e sua família lidando com os prós e contras em ser um ex-vilão. Mas dessa vez, a ameaça de destruição entoada por Maxime Le Mal (Jorge Lucas) faz com que o grupo precise fugir de seu confortável lar para uma nova cidade, que causará ainda mais confusão entre os familiares. Além dessa mudança, um grupo de minions foi recrutado pela Liga Anti-Vilões para tomar um soro que poderá transformá-los em um grupo de heróis – bem familiares aos que estamos acostumados nas histórias da Marvel – que podem se tornar os responsáveis por salvar o mundo.

Apesar de ter uma trama mais envolvente do que seu antecessor, é inegável que o fôlego da franquia tem se exaurido a cada nova sequência. O vilão, por exemplo, é um dos mais fracos até hoje, e sua vingança contra Gru – que dirá sua transformação em uma barata gigante – não ganha uma motivação convincente. Já Poppy, a nova personagem da franquia (que é dublada brilhantemente no Brasil por Lorena Queiroz), é uma jovem que quer a todo custo ser uma vilã e se alia a Gru para conquistar o posto, mas a sua jornada é tão fraca que acaba ficando de escanteio conforme o filme progride.

Mais uma vez, o destaque do longa fica parta os minions – as pequenas criaturas amarelas, que inevitavelmente conquistam o público graças às suas bizarrices, novamente divertem bastante ao se descobrirem super-heróis, ou em suas tentativas frustradas de ajudar Gru e sua família a se adaptarem na nova casa. Querendo ou não, os minions são o coração da franquia, que continua pulsando em grande parte graças as piadas e absurdos dos bichinhos. E ao lado deles está a pequena Agnes (Pamella Rodrigues), que segue sendo um dos pontos cruciais da saga ao mostrar ingenuidade e fofura na medida certa.

Dando um respiro para o filme, as inúmeras referências divertidas à cultura pop continuam sendo destaque, que vão desde quadrinhos até grandes sucessos do cinema. Essa prática está presente desde as primeiras aventuras de Gru e seus minions, mas dessa vez eles apostam no universo de super-heróis para conquistar o público adulto, que com certeza verá de coração aberto cenas que referenciam clássicos dos heróis como Homem-Aranha 2BatmanQuarteto Fantástico e mais.

No meio de erros e acertos, talvez o principal problema (além da falta de fôlego para sustentar mais um filme) seja o excesso de ideias. É essencial que a franquia Meu Malvado Favorito se reinvente, seja na forma como aborda seus personagens e dá espaço para os mesmos, ou na criatividade ao trazer novas situações para a trama. Jogar milhares de ideias na tela sem uma visão coerente não faz um filme bom – apenas um grande emaranhado de situações que não levam a lugar nenhum.

Fonte: Omelete


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