Prefeitura do Rio suspende shows de Bruno Mars e determina devolução de valor de ingressos
Written by Radio 93 on 9 de maio de 2024
A prefeitura do Rio de Janeiro emitiu uma notificação para a produtora Live Nation, nesta quinta-feira (9), por meio da Procuradoria Geral do Município, determinando a suspensão dos shows de Bruno Mars na cidade. As apresentações ocorreriam nos dias 4 e 5 de outubro no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na Zona Norte. A administração pública ressalta que “as referidas datas precedem o primeiro turno das eleições de 2024, para o qual é necessária a mobilização da força de trabalho de servidores públicos, notadamente aqueles dedicados à segurança pública, para o transcurso pacífico e democrático da votação que ocorrerá horas após as supostas apresentações”.
Na última quarta-feira (8), milhares de fãs se aglomeraram ao redor do Engenhão para garantir ingressos para a performance do cantor americano marcada para o dia 4 de outubro. Muitas pessoas passaram mais de 20 horas na fila, em meio a brigas, confusões e calor. Ao GLOBO, o prefeito Eduardo Paes (PSD) frisa que já havia alertado representantes da produtora do evento — antes mesmo da venda dos ingressos — sobre a impossibilidade da realização do evento. O prefeito reforça que possui provas do fato. E insiste que não será emitida autorização para os shows na referida data.
Na manhã desta quinta-feira (9), a produtora Live Nation anunciou o cancelamento da venda de ingressos para a apresentação extra marcada para o dia 5 de outubro — as vendas para essa data aconteceriam a partir desta manhã e seguiriam até sexta-feira (10). Em suas redes, a produtora afirma que vai trabalhar “em estreita colaboração com o gabinete do prefeito para encontrar uma solução para os fãs”. Os shows em São Paulo, nos dias 12 e 13 de outubro, e em Brasília, no dia 18 de outubro, estão mantidos.
“O Rio de Janeiro tem todo o prazer, o potencial e a vocação para receber grandes eventos. É bom para a cidade, para a economia, para a população, para os trabalhadores e para os empresários também. E todo mundo sabe que eu sou o primeiro a fazer questão de estimular e dar apoio e toda a força para que esses eventos aconteçam. Vocês vão me desculpar a expressão, mas aqui não é casa da Mãe Joana. Isso aqui não é terra de ninguém”, afirmou Eduardo Paes, por meio das redes sociais, na manhã desta quinta-feira (9).
Para justificar a determinação, o prefeito acrescentou que o Rio de Janeiro tem “ordem e responsabilidade com a população”. Ele continuou: “Quando eu comuniquei aos produtores do show do Bruno Mars que não poderíamos receber o show na data apresentada, deixei claro que era por causa da eleição, em que o contingente de segurança estava todo comprometido. A eleição é no domingo (6 de outubro), mas, como todo mundo sabe, o transporte das urnas começa dias antes. A escala de serviço, tanto da Guarda Municipal quanto da Polícia Militar, são alteradas, porque a gente precisa de um contingente maior na rua no domingo”.
Paes considerou, na mesma fala, que “pelo visto, esses produtores se acharam mais importantes que o Rio”. O prefeito sugeriu, em seguida: “(Eles devem estar se achando) mais importantes que os guardas, os policiais e todos os servidores públicos que garantem o processo eleitoral. E aí eles decidiram bater de frente com o poder público, achando que a gente ia abaixar a cabeça a acatar uma decisão arbitrária e abusiva contra uma determinação oficial. Aqui, não vai rolar isso. Aqui a gente gosta de festa, de celebrar a vida, gosta de zoar e receber artistas, mas aqui tem ordem e respeito à lei. Portanto, o aviso está dado”.
O que fazer agora?
A prefeitura obriga a produtora Live Nation, por meio de notificação judicial, a cancelar a divulgação dos shows na cidade nas datas de 4 e 5 de outubro e a informar devidamente o público sobre a suspensão das apresentações. O valor das entradas devem ser devolvidos aos consumidores, como determinado pela administração pública.
“O não atendimento a esta notificação obrigará os representantes do município do Rio de Janeiro a adotar medidas mais efetivas, inclusive judiciais, para garantir ordem pública e democrática, bem como o direito dos consumidores”, assevera o documento ao qual o GLOBO teve acesso.
Fonte: O Globo
Foto: Reprodução/Instagram